sábado, 22 de agosto de 2009

Pastores diante da Síndrome de Lúcifer

O Evangelho de Lucas, com o glorioso magnificat de Maria, declara:

”Minha alma engrandece ao Senhor, meu Espírito se alegra em Deus meu Salvador...Ele abateu os poderosos e seus tronos. E exaltou os humildes; Satisfez os famintos de coisas boas e aos reis dispersou de mãos vazias.”

Os Institutos de Treinamentos de Liderança Cristã, tem realizado estudos recentes sobre o papel do Pastor-servo na igreja atual e descobriram que não cabe mais o pastor que vive em um pedestal de onde da ordens soberanas, esperando obediência servil a toda prova. Depois de pesquisarem igrejas com lideres autocratas que não se interessam em ouvir suas ovelhas, e muito menos acreditam no potencial, inteligência e a criatividade dos membros da congregação.
Os pastores autocratas que sofrem da síndrome de Lúcifer se consideram as únicas cabeças pensantes na igreja liderada com braço forte e mão de ferro. Não existe inteligência além da sua. Os demais membros do corpo de Cristo precisam ser tutelados e sempre estarem dispostos a beijarem sua mão, dizendo: “Faremos tudo que seu mestre mandar”, como nas brincadeiras de criança.

Para o pastor autocrata, a direção espiritual da igreja não pertence ao Espírito Santo, mais sim as determinações que saem do seu “ trono”. Somente ele como “anjo” da igreja possui a visão necessário para o crescimento da obra e apenas suas opiniões são validas. Caso alguém venha discordar, estará na lista negra dos rebeldes, tendo como castigo o voto de silencio, não podendo mais pregar, orar, ou ensinar no púlpito, da mesma maneira como aconteceu com John Wesley.

Umas das marcas registradas da personalidade do pastor-autocrata esta na sua soberba, que passa a ser a mola impulsora para os relacionamentos entre os seus liderados. Tudo gira em torno da idéia de que “ Sem mim nada podeis fazer”. No púlpito costumam bradar bem alto, fazendo tremer os neófitos da fé, dizendo: “Somente Deus pode me tirar daqui”. Por causa dessa visão distorcida do Reino de Deus, onde se consideram senhores e não servos, a igreja sofre com divisões e contendas desnecessárias, enfraquecendo o evangelho.

A vida do Pastor-autocrata não e movida por princípios Bíblicos de respeito ao próximo e dialogo com partes contrárias, mais sim movida a partir do sentimento de prepotência, beirando a paranóia religiosa, e se alguém discordar ou lhe der negativa passa a ser rotulado como filho do diabo e inimigo de Deus, no caso ele, o vigário de Deus na Terra.

O pastor-autocrata pratica o culto da personalidade e leva o povo inconscientemente a adorá-lo como o “Grande Pastor”, portador único da revelação divina para as Nações, cabendo a ele completar o sacrifício vicário de Cristo. Somente suas mensagens são ungidas e repletas da verdade cristocêntrica. Quando um pregador itinerante traz uma mensagem exortativa, que fala ao coração da igreja com autoridade do profeta Natan, é taxado de mensageiro do inferno ou profeta da carne. A única mensagem agradável ao seus ouvidos é aquela que enaltece sua oratória, capacidade de administração eclesiástica ou oração farisaica.

Para o pastor-autocrata o conhecimento teológico aliado da autoridade sacerdotal que sua denominação lhe concede substituem a piedade, o amor e o respeito aos outros, que a partir de sua investidura no cargo de presidente da igreja, as ovelhas passaram apenas a posição de “ capachos” e “ escravos”. Se você concorda com ele em tudo, será alçado a posição de pastor auxiliar, mesmo sem ter vocação pastoral, ou então vai liderar um departamento com todas as benesses do poder , senão concorda, vai para a cisterna como Jeremias, ainda que você seja profeta de Deus.
Outra característica do pastor-autocrata esta na falta de transparência no uso dos tesouros da Casa do Senhor. Como ele, não precisa prestar contas a ninguém dos seus atos, ainda que pecaminosos, geralmente transfere responsabilidades para o contador da igreja, que na sua maioria reside ou trabalha em outra cidade distante da igreja local.

Um certo pastor quando questionado por um membro de banco, o porquê de não apresentar relatório financeiro na assembléia da igreja, declarou cinicamente, que seria para evitar algum possível roubo aos cofres da igreja e aqueles que desconfiavam da lisura do pastor, procurassem o tesoureiro para examinar o livro caixa. Porém ele esqueceu-se de avisar, que a tesoureira era sua filha, e o presidente da comissão de contas, era seu neto.

Por outro lado, ainda que alguns, considerem esse tipo de liderança ultrapassado no competitivo mercado da Fé, o verdadeiro pastor-servo, que tem como maior exemplo o fundador da Igreja, Jesus Cristo, por mais que ele tenha conhecimento teológico ou formação acadêmica, reconhece sempre sua falta de sabedoria como fez Salomão, sua pequenez, apensar de sua habilidade na arte da guerra, como fez Davi. Reconhece que e apenas um servo pastor cuidando do rebanho do Sumo Pastor Jesus Cristo, chamado por ele, como o apóstolo Paulo, e sendo abençoado e abençoando vidas pela graça e misericórdia do Senhor.

Fonte: http://pastorsergiocunha.blogspot.com/