terça-feira, 15 de novembro de 2011

Acupuntura: Método taoísta que choca-se com as Escrituras

Milhões de pessoas em todo o mundo, milhares no Brasil, buscam a cura de suas enfermidades por meio da medicina oriental, pois defendem que tais tratamentos são tão eficientes quanto a medicina tradicional. O problema é que a esmagadora dessas terapias têm raízes esotéricas. No momento, a acupuntura é, delas todas, a mais popular.

Apesar de afirmar que objetiva a restauração da saúde por meio da aplicação de agulhas em pontos estratégicos do corpo que, segundo os especialistas, estimulam o sistema nervoso, aliviando dores e solucionando problemas orgânicos e psíquicos, a acupuntura, que tem seu berço na China e na Índia, se apóia na premissa de que tais agulhas são para estimular pontos do corpo denominados no hinduismo chacras e no taoísmo, meridianos. Nas duas culturas, esses pontos são vistos como fortes locais energéticos, e as agulhas supostamente tocam no chi ou “espírito”, também chamado “força”.

Segundo os taoístas, as enfermidades são ocasionadas por falta de equilíbrio nesses pontos. Mas que equilíbrio? De acordo com os acupunturistas, o equilíbrio das energias negativas (yin) e positivas (yang). O que está em foco é o princípio esotérico do yin-yang o que por si só já compromete para o cristão o uso da acupuntura.

Vale lembrar ainda que algumas sessões de acupuntura, não todas, se utilizam de música oriental e velas na consulta, e o satanismo aproveita esse princípio oriental para um de seus rituais. Sendo que, no satanismo, os pontos energéticos são chamados “portais”, que são abertos por meio de rituais consagratórios oferecidos a demônios, e o uso das agulhas visa ao controle de entidades espirituais.

Eficácia questionável

A acupuntura é uma forma de tratamento utilizada há mais de 5 mil anos e reconhecida no Brasil em 1995 como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina. Na Medicina Tradicional Chinesa, ela está inserida como um dos cinco eixos do tratamento: (1) acupuntura e moxa, (2) massagens e exercícios, (4) herboterapia e (5) meditação.

Há alguns cristãos que afirmam que se a acupuntura não envolver nenhum aspecto de conotação mística, como meditações etc., não há problema de ser utilizada. Porém, há ainda o problema da sua real eficácia. Apesar de a acupuntura estar aprovada pelo Conselho Federal de Medicina desde 1995, para ser usada por médicos especialistas credenciados, seus resultados ainda são questionáveis.

Conquanto os defensores da acupuntura afirmem que há até estudos que comprovam que a técnica é eficiente no tratamento de dependentes químicos, podendo, em seis meses, contribuir para a total abstinência das drogas, há quem declare também (e são muitos) que o método em nada serviu para melhorar sua situação. Quando o tratamento falha, os acupunturistas, via de regra, dizem que o problema é dos pacientes, que não se dedicaram plenamente ao tratamento.

Para conseguir a aprovação do Conselho Federal de Medicina, os acupunturistas justificaram cientificamente o método, explicando que os chamados “pontos de energia” seriam, na verdade, locais específicos onde estão localizados os nervos ligados aos sistemas nervosos Central e Periférico. O uso das agulhas nesses pontos geraria pequenos estímulos elétricos que contribuiriam para a produção de substâncias responsáveis pela reabilitação do paciente. O processo seria puramente fisiológico e, se o tratamento falha, é por causa da interrupção do tratamento.

Ora, se não funciona é porque não se foi até o fim do tratamento? Isso soa como uma forma clara de prender o cliente, criando uma dependência psicológica.

Base filosófica da acupuntura

O taoísmo, base filosófica da acupuntura, a partir da qual essa técnica foi criada, se baseia no sistema politeísta e filosófico de crenças que assimilam os antigos elementos místicos e enigmáticos da religião popular chinesa, tais como a magia, a alquimia, o culto aos ancestrais e os rituais de exorcismo. Mesmo não sendo uma religião mundialmente popular, seus ensinos têm influenciado muitas seitas modernas.

Segundo historiadores orientais, o taoísmo tem sua origem por volta de 550aC, nos ensinamentos do mestre chinês Erh Li ou Lao Tsé (“velho mestre”), um contemporâneo de Confúcio e em torno do qual existem várias lendas. A mais famosa é de que ele já teria nascido velho. Erh Li teria nascido no sul da China em 604aC, e detinha uma posição de destaque no governo chinês, como superintendente judicial dos arquivos imperiais em Loyang, capital do Estado de Ch’u. Dizem os historiadores que Li era contra a tirania dos regentes chineses e pregava a necessidade de uma vida simples para as pessoas, “sem honrarias ou conhecimento”. Como forma de corroborar seu ensino, ele renunciou a seu cargo para voltar para casa.

Diz a lenda que, ao chegar à fronteira da província em direção ao Tibet, foi parado por um policial, seu amigo Yin-hsi, que não o deixou passar até que Li escrevesse seus ensinamentos. Assim, dizem, aos 80 anos, pôs-se a escrever seus ensinos, serviço que teria durado três dias. Ao final, a obra continha 5,5 mil palavras e foi denominada de Tao te Ching, “O caminho e seu poder” ou “O caminho e princípios morais”. Depois, Li teria partido para não mais voltar. Li, que ficou conhecido como Lao Tsé, foi canonizado pelo imperador chinês Han.

Uma das doutrinas de Tao te Ching, afirma que deve-se resistir aos problemas sendo completamente passivo, aceitando-os e vivendo sem ambições. O taoísmo religioso, chamado Tao Ciao, surgiu na dinastia do imperador Han, no segundo século. Tchuang-tseu, filósofo chinês e discípulo fervoroso de Lao Tsé, é o responsável por disseminar o taoísmo a partir do terceiro século, tendo escrito 33 livros sobre a filosofia de Lao Tsé, com 1.120 volumes, formando o Cânon Taoísta. Segundo Tchuang-tseu, “o Tao te Ching é a fonte da sabedoria e a solução para todos os problemas da vida”.

Na morte de sua esposa, Tchuang-tseu escreveu, como prova de sua crença no taoísmo: “Como posso me comover com sua morte? Originalmente ela não tinha vida, nem forma, e nem força material. No limbo da existência e não-existência havia transformação, e a força material estava envolvida. A força material se transformou em forma, a forma em vida, e o nascimento em morte. Da mesma maneira que acontece com as estações do ano. Ela agora dorme em grande casa, o universo. Para eu estar chorando e pranteando, será mostrar minha ignorância do destino. Por isso eu me abstenho”.

O taoísmo ensina ainda que tudo no universo é composto pelos elementos opostos do yin e yang. O lado positivo é o yang, e o negativo, o yin. Assim, os chineses conceberam o universo como sendo ativado por dois princípios básicos, que seriam qualidades opostas, mas complementares. Afirmam eles que tudo o que vemos só existe em virtude da constante influência mútua dessas duas forças. O yin e o yang estariam contidos no Tao, que seria o princípio básico de todo o universo, “o começo e o fim, o princípio sem princípio, o que não pode ser expressado e o que tudo abarca”.

Ainda de acordo com a filosofia taoísta, o ser humano é um todo que não pode ser dividido ou entendido em uma dualidade, como corpo e alma separados. Por isso o taoísmo trata com igual importância e como se fora uma só entidade todas as manifestações físicas e psíquicas, o que é a base filosófica da acupuntura. Segundo esse ensinamento, a acupuntura cura porque facilitaria essa harmonia, o que levaria a pessoa a uma melhor compreensão de si mesmo – a base busca do auto-conhecimento, a procura do “Eu interior”, doutrina bastante propalada pela Nova Era.

Segundo o taoísmo, o corpo humano possui 360 pontos distribuídos em linhas. A acupuntura estimularia esses pontos, com base nos princípios taoístas, para aliviar sintomas e dores. O taoísmo está presente ainda hoje na vida cultural é política da China, através de manifestações populares como o chi-kung, arte de autoterapia; o wu-wei, prática da inação; a ioga, as artes marciais wu-shu ou kung fu e a acupuntura.

Acupuntura choca-se com a Bíblia

À luz da Palavra de Deus, há inúmeros equívocos na acupuntura e no taoísmo. Como já citamos, segundo Tchuang-tseu, filósofo sistematizador e divulgador do taoísmo, “o Tao te Ching é a fonte da sabedoria e a solução para todos os problemas da vida”. Ora, a Palavra de Deus é que é a única regra de fé e prática do cristão (Salmo 119.105).

O credo do taoísmo é: “Sujeite-se ao efeito, e não busque descobrir a natureza da causa”. Em outras palavras, taoísmo é uma religião anti-intelectual, que leva o homem a contemplar e se sujeitar às leis aparentes da natureza em vez de tentar compreender a estrutura desses princípios. A Bíblia não reprova o uso da razão (Romanos 12.1-2) nem ensina uma passividade constante diante da vida (Romanos 12.2).

Segundo os ensinamentos do taoísmo, o Tao (caminho) é a única fonte do universo, eterno e determinante de todas as coisas. Apesar de não reconhecer um Deus criador, os princípios do Tao eventualmente têm o conceito de Deus. Lao Tsé escreveu: “Antes do céu e da terra existirem, havia algo nebuloso… Eu não sei o seu nome, e eu o chamo de Tao”. Porém, o Deus da Bíblia não é uma energia impessoal ou uma combinação de forças positivas e negativas (Isaías 43.15).

Utilizando-se dessa filosofia, os acupunturistas vêem a saúde fisiológica como a evidência do equilíbrio do yin e yang. Se esses elementos estão em desarmonia, desequilibrados, as enfermidades aparecem. Logo, dizem para restaurar a saúde é necessário haver uma “ruptura no fluxo do yin e yang”, o qual é realizado por meio das agulhas inseridas no corpo na técnica da acupuntura. Dessa forma; ensinam que o equilíbrio dos elementos podem ser restabelecidos pelo tratamento, fazendo com que a força do Tao possa fluir livremente no corpo da pessoa, trazendo-lhe a cura. Porém, essa filosofia é frontalmente contrária à Teologia bíblica.

Deus é onipotente e a fonte de todo o bem. Lúcifer, hoje Satanás, foi criado por Deus e por isso tem limites quanto à sua autoridade e poder. Como fonte do mal, o Diabo se opõe ao Reino de Deus. Ele não é, nunca foi e nunca será igual a Deus, nem se harmonizará em poder em sua oposição a Ele.

Além disso, a Bíblia não fala nada sobre pontos específicos do corpo. A Bíblia não fala nada sobre equilíbrio das energias vitais ou corporais. Ela afirma que o ser humano é corpo, alma e espírito, e só.

Assim sendo, deve o cristão se tratar por meio desse tipo de técnica, com raízes esotéricas e ocultistas? Sem dúvida, não.


Fonte: Plenitude Divina
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