quarta-feira, 28 de março de 2012

Ateu, Braga Nunes é aposta da Globo como mocinho em novela espírita

Enquanto a TV Record investe em tramas bíblicas, como Rei Davi, o espiritismo parece estar ganhando lugar cativo no horário das 18h da Globo. Amor Eterno Amor, que estreia nesta segunda-feira (5), é assinada por Elizabeth Jhin, autora assumidamente adepta do gênero espiritualista que já assinou outras tramas do gênero, como Escrito nas Estrelas e Eterna Magia.

Desta vez, ela entrelaça misticismo com clima rural para contar a história de Rodrigo, do protagonista Gabriel Braga Nunes. Após destilar vilania com Léo, em Insensato Coração, o ator volta ao ar. Mas agora, tem a missão de convencer como um rústico herói romântico que, desde a infância, tem o dom de domar os animais com o olhar. Na trama, ele se divide entre a busca pelo amor de infância, vivido por Elvira, de Mayana Neiva, a quem jurou casamento; pela perturbadora jornalista Miriam, de Letícia Percilles; e por um caso passageiro com a atirada Valéria, de Andréia Horta. "Eu sou ateu, mas acredito muito que essa história tem ingredientes para envolver o brasileiro, que tem inclinação para a fé", avalia Gabriel.

Com a Ilha de Marajó como pano de fundo, entre manadas de búfalos e recantos paradisíacos, a trama dirigida por Rogério Gomes também aposta no merchandising social ao falar de crianças desaparecidas - assim como Glória Perez, que lançou o tema em Explode Coração, em 1995. Na história, Rodrigo foi misteriosamente afastado muito cedo de sua família biológica. Sua verdadeira mãe, a sofrida e milionária Verbena, de Ana Lúcia Torre, passa décadas com a certeza de que encontraria o filho desaparecido. "É uma história sobre jornadas, busca por respostas e por um grande amor do passado", define Elizabeth Jhin.

Nesta saga emocional, a perseverante Verbena se depara com a crueldade da irmã Melissa, a vilã de Cássia Kis Magro, que se ressente do milionário Augusto, de Reginaldo Faria, que escolheu Verbena para se casar. No entanto, Verbena cria a ONG Central das Crianças Desaparecidas para achar o filho e contrata a jornalista Miriam, da protagonista Letícia Persilles, para encontrá-lo. Por isso, a história também ganha como cenário a redação da fictícia revista feminina Cena Contemporânea, onde se passa parte da trama que teve seus primeiros 18 capítulos gravados em externas na pequena cidade de Carrancas, no interior de Minas - no qual fica a fictícia cidade Arraial de Fora - e no Pará, onde foi construída a fictícia Vila dos Milagres. "Essa é a primeira novela gravada no Pará. Fizemos imagens em igarapés, seringais, lagoas e praias pluviais", adianta o diretor Rogério Gomes, que se deslocou para a região com 100 profissionais.

Enquanto isso, no Projac, os cenógrafos Anne Bougeois e Fábio Gomes construíram duas cidades cenográficas e 45 cenários. Em uma delas, foi erguido o Edifício São Jorge, que na história é uma espécie de Balança mas Não Cai e abriga os personagens pobres que vêm do Norte para morar no Rio de Janeiro. Já a outra cidade, de 4.400 m², abriga casas de palafitas e reproduz a Ilha de Marajó. "O figurino também é bem antenado com a moda. A personagem da Cássia Kis Magro será sinônimo de ousadia. Abusa das perucas, brilhos e acessórios gigantes. Ela tem uma vaidade perversa", avisa a figurinista Natália Duran.

Com um frequente embate do bem contra o mal, a autora também frisa a temática espírita ao falar sobre crianças espiritualizadas, como é o caso da esperta Clara, de Klara Castanho. Segundo a autora, a personagem representa os jovens que nascem com dons especiais. "Algumas crianças que nasceram a partir do ano 2000 são seres de luz, mais sensíveis e que impulsionam o mundo para uma nova consciência. Ela será auxiliada pelo espírito de luz Lexor, vivido pelo Othon Bastos, que a ajuda a descobrir onde está o Rodrigo", explica Elizabeth.


Fonte: Terra
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