sábado, 26 de maio de 2012

Ética sexual para pastores e líderes cristãos

O rei Davi teve de tomar uma decisão ética durante um passeio à tarde no terraço do seu palácio. Naquele dia, ele viu uma mulher tomando banho. Sua decisão poderia ter sido desviar o olhar e continuar andando, mas escolheu fitar, ter pensamentos pecaminosos com ela e planejar como se beneficiar sexualmente (2 Sm 11). O pecado de Davi trouxe-lhe incalculável aflição, atraso à nação sobre a qual reinava e deixou devastadora mensagem sobre a fraqueza do caráter pessoal.

Ética profissional são as regras ou padrões que governam a conduta dos membros de uma profissão. “A fé evangélica sem a ética cristã é imitação grotesca do Evangelho”. Todos conhecemos os danos inacreditáveis que sobrevêm à vida, família, congregação e comunidade do ministro quando este viola a ética sexual. Também devemos continuamente lembra-nos de que temos a obrigação de manter um alto padrão ético a fim de proteger nosso testemunho cristão e o precioso corpo de crentes a quem servimos.

Perguntas que os ministros - lideres precisam fazer – ll cor 13;5

1. Você sabe quais são suas áreas de risco?

2. Você consciente ou subconscientemente se envolve em contatos não-sensuais (abraços, batidas de leve, colocando o braço sobre o ombro da outra pessoa) apenas com congregados do sexo oposto?

Tal ação entre conselheiros não é apenas de tendências sexuais, mas é prática que arrisca posterior indiscrição sexual. Como ministros, devemos ter cuidado com esse tipo de comportamento. A “Pesquisa Familiar e Ministerial” da Leadership mostrou que muitos líderes fantasiavam sexo com alguém, que não o cônjuge, em uma média de 23 vezes por ano. Essa atividade só conduz à aflição e prejuízo a todos os que se deixam envolver. Tiago nos fala: “Havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). Você se deixa envolver em fantasias sexuais com membros de sua célula e ou congregação? O escritor de Provérbios nos lembra: “Como o homem imaginou na sua alma, assim é” (Pv 23.7).

1. Você faz perguntas desnecessárias ou procura saber de detalhes da vida sexual de um cliente/congregado/membro?

Você inicia conversa sobre problemas, preferências ou fantasias sexuais com a finalidade de satisfação sexual? Você compartilha detalhes de sua própria vida sexual? Você faz comentários sobre características sexuais físicas ou suposto desempenho sexual? Tal comportamento é considerado como exploração sexual pela junta de abuso de liberdade dos conselheiros e pode ser punido como felonia. Os Líderes têm de usar de extrema precaução, quando discutirem qualquer assunto sexual, especialmente com pessoa do sexo oposto. Lembre-se da resolução de Jesus em Mateus 15:18: “Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem”.

2. Você abusa da autoridade e grau de perícia que tem sobre os membros da congregação?

Você sempre deve lembrar-se que as pessoas a quem ministra o colocam em um pedestal. Quando você usa do seu poder como Líder para tirar vantagem de um congregado, está procurando problemas. Nosso padrão deve ser a regra de ouro: “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós” (Mt 7.12).

3. Você está ciente de que as pessoas já foram vítimas de abuso sexual podem estar mais vulneráveis a se tornar vítimas outra vez?

Os Líderes devem ter o cuidado de evitar o comportamento sexualmente questionável de pessoas que já sofreram esse abuso. A dor pelo qual essas pessoas têm passado é algo que só o Senhor pode curar completamente. Um ministro que venha a tirar vantagem de tal pessoas está causando danos não apenas trágicos, mas também pecaminosos.

4. Você se considera acima de toda e qualquer tentação?

Se for assim que você se sente, está pisando em terreno perigoso. Mesmo o Senhor, em seu estado humano, foi tentado (Hb 4.15). Sabemos que Jesus usou as Escrituras como defesa quando foi tentado (Lc 4.1-13). A pesquisa feita pela revista Leadership descobriu que dez por cento dos Líderes investigados evitavam situações de tentação sexual a cada semana, enquanto vinte e cinco por cento o evitavam mensalmente. Também foi feita a pergunta: “Com que freqüência no último ano você olhou pornografia ou material sexualmente explícito na mídia (impresso, em vídeo ou em filmes)? Dois por cento disseram regularmente, onze por cento disseram “às vezes”, dezessete por cento disseram “quase nunca” e trinta e oito por cento disseram “nunca”. A tentação é uma realidade na vida do ministro, da mesma forma que o é na vida de qualquer pessoa. Devemos constantemente precaver-se contra qualquer coisa que dê brecha à tentação, ao pecado. O que as pessoas absorvem pelos olhos, ouvidos ou conversa tornam-se parte de suas vidas.

5. Você mantém seu devocional diário de oração e estudo da Palavra de Deus?

Um devocional feito regularmente é defesa contra os ataques de Satanás. É decisivo que mantenhamos uma vida particular de oração e estudo da Palavra de Deus. A maioria dos Líderes que fracassa moralmente não tem uma vida devocional estável.

6. Você participa de um grupo de prestação de contas com outros Líderes com os quais se reúne regularmente?

A pesquisa da revista Leadership revelou que cinqüenta e cinco por cento dos Líderes não participam de um grupo de prestação de contas ou nem mesmo têm um amigo íntimo com quem possam debater suas tentações. Tiago 5.16 declara: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis”.

7. Você já foi abusado, explorado ou molestado sexualmente?

Se um Líder já passou por essa experiência traumática, seria bom que o discutisse com um conselheiro cristão qualificado. Precisamos levar a Cristo a dor, a perda, a raiva e a auto-estima ferida para que sejam curadas, a fim de que não passemos o mesmo sofrimento aos outros. Um pastor-conselheiro cheio de compaixão pode ajudar-nos a fazer isso.

8. Se você foi tentado sexualmente por um membro da Célula ou congregação, já encaminhou essa pessoa a outro conselheiro cristão e buscou ajuda para si mesmo?

Um deve imediatamente encaminhar a outros conselheiros pessoas ou casos nos quais se sinta sexualmente tentado. Um conselheiro cristão também pode ajudar o Líder com esses problemas, a descobrir por que tem essa inclinação nessa área. Deus nos ensina a fugir da imoralidade (2 Co 6.12-20; 1 Ts 4.3-7;5.22).

9. Você dedica tempo e entrega-se a atividades com seu cônjuge como uma maneira de fortalecer o casamento, reduzindo assim a possibilidade de pecar sexualmente?

Raras vezes alguém se entrega à tentação sexual quando se sente satisfeito física e emocionalmente no casamento. Paulo instrui os casados sobre essa verdade em 1 Coríntios 7.1-5. Contudo, a desobediência de uma dos cônjuges à orientação de Paulo não é justificativa para um caso extraconjugal. Todo o prestígio das Escrituras exige fidelidade e pureza moral, não importando o quanto um cônjuge possa se sentir abandonado.

10. Você reconhece quando os limites não são respeitados e está ciente dos ardis feitos por pessoas com desordens de personalidade (pacientes bordeline) ou das necessidades de dependência de tais pessoas?

Os ministros devem estar cônscios da sutil sedução consciente ou subconsciente proveniente das vítimas de abuso sexual: membros da congregação que já foram abusados sexualmente podem não saber distinguir o abraço sensual do não sensual. O mínimo medo pode levá-los a sentir medo, dor, estímulo sexual e retrospecto. O aconselhamento compartilhado com outro conselheiro pode minar a tentação de render-se à falta de respeito dos limites, à dependência, ao ardil e à sedução feita por pessoas de personalidades doentias (pacientes bordeline).

Personalidade borderline. Psiq.

Distúrbio de personalidade caracterizado por instabilidade de humor (4), de auto-estima e de relações interpessoais, freqüentes atos impulsivos e autolesivos, ira descontrolada, sensação de tédio, ameaça de suicídio, etc. “Pacientes com desordens de personalidade bordeline constituem a maioria daqueles pacientes que fazem falsas acusações de envolvimento sexual com terapeutas”.

11. Você está prevenido contra procedimentos divergentes do seu padrão de ética moral?

Sinais de perigo são racionalizações como: “Normalmente não faço isso com ninguém, mas para você...”; “Admito que nunca pensei que fosse fazer isto, mas...”; ou: “Mal posso acreditar no que estou sentindo por você...” Uma das bênçãos do Espírito Santo é a condenação que Ele nos faz quando nos colocamos em circunstâncias questionáveis ou temos um pensamento pecaminoso. Deus nos deu a habilidade de discernir tanto o bem como o mal (Hb 5.14).

12. Ao aconselhar pessoas de sexo oposto, você evita salas ou locais retirados?

Nós, Líderes, deveríamos ter uma janela na porta do gabinete, de modo que as pessoas pudessem ver o que se passa dentro (sem ouvir a conversa, é claro).

13. Você tem um plano de fuga para a remota eventualidade de se meter em situação questionável?

Confie em Deus para prover um escape na contingência de você encontrar-se em conjuntura de possível comprometimento (1 Co 10.13). Antes que tal lance ocorra, ensaie como sairá do perigo. Planejamento e reflexão prévia são boa política. Conselheiros seculares que são incapazes de resistir à tentação sexual na prática do aconselhamento são recomendados a exercer a profissão em áreas que não necessitem contato com clientes, como em pesquisas, juntas médicas, editoras, preleções ou outras profissões no campo legal e educacional. Os ministros devem ter ainda mais preocupação em serem circunspetos por causa do sagrado encargo que lhe foi confiado. Aqueles que desonram a Deus, traindo a confiança dos membros da congregação através da má conduta sexual, devem sair imediatamente de sua função. Tais indivíduos precisam desesperadamente de ajuda, e as pessoas que são aconselhadas precisam desesperadamente de cura agora.

14. Você toma precauções para evitar circunstâncias que possam ser erroneamente interpretadas como relacionamento impróprio com uma criança ou com uma pessoa do mesmo sexo?

Os obreiros e líderes da igreja não estão imunes à acusação de homossexualismo e abuso sexual de crianças. A mídia está repleta de relatos de integrantes de organizações religiosas, os quais usam o cenário da igreja como meio para conduta imprópria e imoral com congregados e membros mais jovens. Os líderes da mocidade e os que trabalham com crianças devem evitar ficar sozinhos com crianças ou adolescentes de ambos os sexos. Passar muito tempo com uma pessoa do mesmo sexo pode encorajar a fofoca e destruir a eficácia do seu ministério.

Conclusão

A ética sexual no ministério não é tópico congenial. Gostaria de não ter tido de abordar tais problemas. Mas a crescente freqüência de problemas nessa área exige que falemos francamente e sem rodeios. Se você respondeu adequadamente a cada uma das perguntas acima, tem bom fundamento para proporcionar ajuda física, emocional e espiritual aos membros de sua Célula e Congregação. Mas mesmo que tenha respondido apropriadamente a todas as perguntas, ainda há uma palavra de advertência. Fique perto do Conselheiro. Deixe que o Espírito Santo faça a obra por seu intermédio, à medida que você se disponibiliza a atender as cruciais necessidades emocionais de sua congregação. Homens com formação acadêmica em psicologia e aconselhamento, com os melhores preparos humanos que este mundo pode oferecer, ainda assim falam moralmente em sua profissão. Só o desejo de ajudar os outros não basta. Esse desejo deve ser incitado pelo Espírito Santo. Você pode todas as coisas em Cristo, que o fortalece, mas sempre deve ser dependente da provisão dEle, e não de conta própria (Fp 4.13,19). Ele dá poder!


Fonte: Ministério RHEMA via Igreja Batista Tirol
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