domingo, 24 de junho de 2012

O Poder de Abençoar!

Diante da enxurrada atual de livros de auto-ajuda e de teorias sobre o poder do pensamento positivo, às vezes podemos ficar confusos sobre a posição correta do cristão nesses assuntos. Ainda que tenhamos certeza que só existe “alto-ajuda” (ou ajuda do Alto!) e que o pensamento positivo substitui a atuação de Deus pela força do “eu”, podemos cair em extremos de vários tipos.

Por um lado, há os que engolem tudo que o mundo produz nessa área e só colocam o carimbo de Deus no final. Por outro lado, muitos rejeitam tudo e se enclausuram atrás de versículos bíblicos e chavões evangélicos.

Pessoalmente, não tenho valorizado muito o conceito de que podemos mudar alguma coisa em nós mesmos ou nos outros através de pensamentos ou palavras. Por isso, fiquei surpreso ao perceber esses dias um sussurro do Espírito Santo em meu espírito sobre o poder de abençoar.

Eu nunca tinha observado como Deus dá tanto valor ao ato de proferir bênçãos. Para começar, suas primeiras palavras ao homem que acabara de criar foram uma bênção: “Frutificai e multiplicai-vos…” (Gn 1.28). Suas primeiras palavras para Abrão, o pai da fé, não foram apenas uma bênção, mas também uma promessa de que ele e sua descendência seriam uma bênção para todas as famílias da terra (Gn 12.1-3). Uma das tarefas importantes dos sacerdotes levíticos era colocar o nome de Deus sobre os filhos de Israel através de abençoá-los com as palavras certas ordenadas por Moisés (Nm 6.22-27).

O que é abençoar? A palavra grega mais traduzida como abençoar significa literalmente “falar bem”. Uma palavra em português, usada muitas vezes para substituir a palavra “abençoar”, expressa bem esse sentido: “bendizer”.

Outra coisa importante a observar nesse assunto é o alvo da bênção. Deus abençoa o homem, o pai pode abençoar seu filho, o sacerdote abençoa o povo, o homem pode abençoar Deus e Jesus nos ordena a abençoar nossos inimigos. Por incrível que pareça, não só podemos abençoar a todos, mas devemos fazer isso! Não é necessário discernir se a pessoa merece a bênção ou não. Devemos simplesmente abençoar a todos! Se ela vai receber a bênção é outro assunto. Depende dela e de Deus. A nossa parte é ser uma fonte de bênção e nunca de maldição.

“Bendizei aos que vos maldizem” ordena Jesus (Lc 6.28). Ao enviar os setenta discípulos de dois em dois, Jesus ordena-os a ministrar a paz para qualquer casa onde entrarem. E se ali não houver alguém para receber a paz, ele diz que não há motivo para preocupação – a paz voltará para eles. Tiago nos exorta a não permitir que a mesma boca profira bênçãos para Deus e maldições para os homens (Tg 3.9,10).

Tanto o pensamento positivo quanto a visão bíblica da bênção defendem o poder das palavras positivas. A diferença está na origem desse poder. Enquanto um afirma que possuímos esse poder simplesmente ao exercer a nossa vontade e criatividade, o outro diz que só Deus detém o poder para abençoar. Toda vez que a Palavra expressa abertamente o conteúdo da bênção ministrada de um homem para outros, sempre diz: “O Senhor te abençoe…” Ou seja, eu abençoo alguém dizendo que Deus vai o abençoar. Vemos isso na bênção de Melquisedeque para Abraão (Gn 14.18-20), na bênção de Isaque para Jacó (Gn 27.23-29,33), nas ordens de Moisés aos sacerdotes sobre como devem abençoar os filhos de Israel (Nm 6.22-27) e em muitas outras passagens.

Finalmente, como a boca só fala do que está cheio o coração (Mt 12.34,35), não adianta tentarmos apenas controlar nossas línguas. Tiago diz que a língua é incontrolável (Tg 3.7,8). Para cumprir a ordem de somente abençoar e nunca maldizer (lugar de maldizente é no inferno – 1 Co 6.9,10), precisamos primeiro cuidar do coração. Antes de abençoar, precisamos receber a bênção e permanecer cheios dela. “Não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção” (1 Pe 3.9). Paulo e Silas cantavam hinos na cadeia em Filipos, porque estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. Isso trouxe o terremoto e a salvação do carcereiro com toda sua casa. Abraão seria uma bênção para todas as nações, porque antes Deus o abençoou. Se estivermos cheios de alegria e esperança por sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, teremos alegria para abençoar a todos, não importa o mal que eles nos fizerem. Que Deus nos ajude!



Fonte: Harold Walker na Revista Impacto
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