segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Porque não acredito em alguns movimentos "pentecostais"

Já faz um tempo que quero postar algo sobre esse tema. Acredito que dois motivos sejam a razão para que eu escreva esse texto: 1) a preocupação com o sentimento de frustração espiritual que predominam em todos aqueles que não conhecem o suficiente do cristianismo para saber o que é certo e o que é errado e 2) a preocupante ideologia de que ser cristão é sinônimo de milagres, falar em línguas e que estar cheio do Espírito Santo significa agir de forma estranha e eufórica. Não quero ser grosseiro, indiferente ou até intolerante. Quero chamar cada cristão a uma séria reflexão. Mas quando digo reflexão não quero dizer que estou com dúvida naquilo que escrevo, mas quero afirmar que acredito firmemente no que coloquei nesse texto e que estou convidando cada um de vocês a sondar se a Bíblia não revela essa verdade e se vocês não poderiam abraçá-la a partir de hoje.

Eu não acredito em alguns movimentos pentecostais por uma razão muito simples: falta Jesus no meio deles. A minha afirmação parece ser muito exagerada, mas não é. Na verdade, trata-se da escancarada verdade de que quando o “espírito” age, milagres acontecem, curas ocorrem, pessoas falam em línguas, demônios são expulsos, crentes sapateiam, rodopiam e tantas outras coisas estranhas acontecem. Mas uma, a essencial, a principal, a urgente, passa totalmente despercebida. Já parou para pensar que Jesus geralmente é esquecido nessas reuniões?

Por que isso importa? Por uma simples questão: o alvo do cristão é ser parecido com Jesus ( Rm 8:29; 2 Co 3:18 e 1 Jo 3:2,3) e que milagres, curas e expulsar demônios não são sinais confiáveis de que as pessoas que os praticam sejam salvas. Em Mt 7:21 a 23, Jesus explica isso para nós: “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que estás no céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres? Então eu lhes direi claramente: nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal”. Palavras assustadoras, mas são as palavras de Jesus. Ele nos ensina que devemos ser obedientes a Deus. Quem foi a pessoa mais obediente nesse planeta? Jesus. Ser parecido com ele é a garantia de uma vida transformada e uma vida que será salva. Não estou falando que você é salvo por obras, mas o que estou dizendo é que a graça salvadora opera de tal forma que somos mais e mais parecidos com Jesus a cada dia. Não se engane, se você continua do mesmo jeito só espere tragédia no futuro, não salvação.

O grande problema desses movimentos é que eles dizem que é o Espírito Santo que age no meio deles e fazem todos os milagres. Mas precisamos perguntar: será mesmo? A resposta é muito mais complicada do que parece. No entanto, eu realmente estou inclinado a pensar que esses movimentos estão cheios de muitas “supostas dádivas divinas”, mas sem o Espírito Santo. Por quê? Porque a maior evidencia de que uma igreja é cheia da terceira pessoa da trindade é a paixão arrebatadora por Jesus e cristãos sendo mais parecidos com ele. O Espírito Santo sempre aponta para Cristo. Ele sempre diz: “Não olhem para mim, olhem para Cristo”. Basta lermos Jo 16:7 a 15. Jesus diz que o Espírito Santo o “glorificará”, Jo 16:14. Quando Estêvão, cheio do Espírito, olhou para o céu, ele “viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direta de Deus”, At 7:55. Em At 16:7 o Espírito Santo é chamado de o Espírito de Jesus. Em Lucas 1, lemos que o Espírito Santo testificou a Maria, Isabel e Zacarias que aquele bebê que nasceria era (e é) Deus filho. Lc 2: 25 a 27 diz que fora revelado pelo Espírito Santo a Simão, um homem idoso e piedoso, que ele não morreria sem ver o Cristo. Mas a terceira pessoa da trindade não somente aponta, ela trabalha arduamente para que Jesus seja formado em nós. Lemos isso Em 2 Co 3:18 que diz claramente que o Espírito trabalha em nós para que, a cada dia, gradativamente, sejamos mais e mais parecidos com Jesus.

A grande tragédia é que esses movimentos se calam sobre o Herói do cristianismo e confundem a principal obra do Espírito, que é revelar Cristo a esse mundo caído. A pergunta que devemos fazer agora é: por que isso importa? Qual é a questão prática de tudo isso? 1) Esse assunto é importante, porque trata-se de defender a verdade bíblica. 2) É essencial a cada cristão honrar a obra do Espírito Santo e saber que se ele trabalha em direção de nos fazer mais parecido com Jesus (2Co3:18), porque corremos tanto para outros lados. 3) Jesus deve ser sempre supremo em nossa vida e devemos fazer dele o nosso alvo. Devemos imitá-lo. Devemos honrá-lo. Devemos adorá-lo. Devemos viver uma vida totalmente cristocêntrica. 4) Cada cristão não deve se sentir frustrado ou decepcionado porque não opera milagres, não fala em línguas ou cosia parecida. Nosso foco e nossa alegria precisam estar em sermos parecidos com Jesus, na transformação do nosso caráter e na mudança constante de vida. Nesse ponto, precisamos viver uma vida reta que é caracterizada pelo lema: arrependa-se, mude e siga adiante para Cristo.

Espero não ter ofendido ninguém e espero que, se você discordar, comente de forma saudável. Se cometi algum erro, por favor, ajudem-me a ver qual foi. Se não cometi nenhum, por que você não abraça de uma vez essa verdade e vive para glória de Deus, cheio do Espírito Santo e completamente apaixonado por Jesus Cristo?

A única vida que vale a pena ser vivida é a vida repleta da trindade em nossas vidas.




Fonte: Evangelho Urbano
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