sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Contra dengue, prefeitura pede ajuda a Deus

Com 511 casos de dengue até esta quinta-feira (14), a Prefeitura de Rio Preto apela agora para as igrejas católicas e evangélicas para que os fiéis engrossem o combate à doença e não descartem lixo orgânico nos pontos de apoio.

As secretarias de Saúde e Meio Ambiente querem que durante ou no final das missas e cultos, os padres e pastores cedam um tempo para que os técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e da Vigilância Epidemiológica falem sobre o descarte correto nos pontos de apoio e também sobre a prevenção aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue.

“Também será feito no final das celebrações, a distribuição de panfletos informando  a população de como fazer o descarte correto nos pontos de apoio e também sobre os benefícios destes locais ao meio ambiente. Isso até para evitar focos de dengue”, disse o secretário de Meio Ambiente, José Carlos Lima Bueno.

Outra medida preventiva que está sendo planejada pela prefeitura será um arrastão em parceria com a Igreja Universal, como o que foi feito em 2010, quando Rio Preto enfrentou a maior epidemia de dengue, com 24.287 casos da doença e 12 mortes.

“Será uma ação desenvolvida entre a Vigilância Epidemiológica e os fiéis para arrecadar possíveis criadouros do mosquito Aedes”, disse Adriana Ferreira Rodrigues,  responsável da Secretaria de Saúde por fechar as parcerias no combate à dengue. 
Outra ação adotada por causa do avanço da doença é a redução do intervalo das visitas feitas pelos 450 agentes de saúde, que era de 45 dias e agora passou para 15 dias.

Desde quarta-feira, o município já ultrapassou os 431 casos da doença registrados nos doze meses do ano passado. Com 47 novas vítimas confirmadas ontem à tarde pela Secretaria de Saúde de Rio Preto, o número de infectados pelo vírus saltou de 464 para 511. A quantidade de casos com complicação também é maior: seis agora e cinco no ano passado todo. Os números sinalizam que o município caminha para epidemia.

Em Mirassol, cidade a 14 quilômetros de Rio Preto, a Secretaria de Saúde decretou epidemia desde semana passada. Lá, até ontem foram registrados 189 casos da doença só neste ano.

De acordo com o Ministério da Saúde, a cidade só pode decretar estado de epidemia se tiver 300 casos de dengue  para cada 100 mil habitantes. Rio Preto chega a essa condição se totalizar 1.260 casos.  

MORTE SUSPEITA/ O município aguarda resultado do Instituto Adolfo Lutz de exames feitos em amostras de sangue do cabeleireiro Luís Adriano Ferreira da Silva, 35 anos, que morreu no dia 30 com suspeita de dengue. O cabeleireiro teria passado três vezes pela UPA Central antes de ser internado. A Secretaria de Saúde instaurou procedimento apuratório para investigar o atendimento prestado ao paciente.

‘Ponto de apoio não é ponto de lixo’, diz secretário

O secretário de Meio Ambiente de Rio Preto, Lima Bueno, responsabiliza a própria prefeitura e a população pelo acúmulo de lixo nos pontos de apoio.

“A prefeitura não fazendo a limpeza dos pontos, acumulou lixo e estimulou a população a fazer o descarte de forma irregular. Ponto de apoio não é ponto de lixo. E sim de material que pode ser reciclado”, disse ele.

Por causa do acúmulo de lixo, a prefeitura teve de contratar uma empresa, a Controeste, por R$ 1 milhão, para fazer a remoção do lixo. O trabalho começou semana passada no ponto de apoio do bairro São Francisco, na zona sul da cidade. A previsão é que a limpeza do ponto de apoio do bairro São Francisco acabe hoje.

No bairro Vitória Régia, onde a situação é crítica, o lixo tomou conta das ruas que ficam ao redor do local. O problema do ponto de apoio virou caso de polícia. Ontem a Constroeste deu início na limpeza do ponto de apoio do bairro.



Fonte: Rede Bom Dia
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