segunda-feira, 15 de julho de 2013

Astro do funk Naldo Benny revela: 'Tenho muita vontade de ser pastor'

A cultura americana está cada vez mais presente no seu trabalho e no seu estilo. De onde vem essa fixação pelos EUA?

Sempre falei pra todo mundo o quanto eu era maluco para conhecer os Estados Unidos. Com uns 25 anos, eu ainda morava na Vila do Pinheiro, estourei uma conta de telefone ligando pra lá, só pra ouvir alguém do outro lado da linha responder “Hi!”. Levava altas broncas lá em casa...

E, hoje, você fala inglês?

Tenho uma noçãozinha... Estava estudando a língua durante seis horas, diariamente, mas não deu para manter. Se eu só tenho conseguido dormir duas horas por noite, imagina! Mas vou retomar, é uma cobrança comigo mesmo. Agora, estou muito mais próximo do espanhol. Não vou mentir: é bem mais fácil. E é uma língua mais sexy, tem a ver comigo. E sei que existe um público hispânico forte na Europa e na América do Norte. Ano que vem, vou participar do Brazilian Day em Nova York e no Canadá.

Agora você tem amigos famosos lá. Will Smith, Fat Joe...

É... Eles me tratam melhor do que sou tratado aqui, acredita? Chego lá e os caras botam carro, estúdio, tudo à minha disposição. Dizem: “Você está em casa. Aliás, vem morar aqui de vez!”.

E você fica tentado a ir?

Com certeza! Pra esse novo DVD, fui pra lá várias vezes, sem ninguém saber. Meu maior sonho de consumo é uma casa em Miami. Mas eu amo o Brasil, vou sempre ficar no vai-e-vem.

Em algum momento, se percebeu deslumbrado com a fama?

Eu sei que acima de mim tem um Deus muito maior do que essa onda de popstar, milhões de pessoas me seguindo. Curto muito isso, não vou negar. É maneiro, ralei pra caramba pra chegar nisso. É ótimo poder ajudar minha família financeiramente, poder comprar as roupas e os perfumes que acho legais... Mas só Deus é a potência máxima. Brincar com a vaidade é muito perigoso. Ouvir toda hora “Você é foda!” me leva pra esse caminho, só que eu não me deixo perder. Se eu não me dedicar, o sucesso acaba.

Tem medo do ostracismo?

Não é medo, é cuidado comigo mesmo. Tudo é passageiro. Tenho consciência de que esse frenesi pode acabar um dia, e estou preparado para isso. Apanhei muito da vida, aprendi a ser frio. E descobri que as pessoas têm que me desejar, não tenho que ficar pedindo. Isso requer trabalho, esforço, batalha diária. Mas o mundo gira, a indústria tem que mudar. Sempre vai aparecer alguém tão interessante ou mais que você.

Tem vontade de experimentar outros caminhos profissionais?

Ah, atuei num programa para o Multishow e acho que me saí bem. Curto novela. Imagina eu tirando onda de galã (risos)? Por ser romântico, ficaria bem num papel de mocinho. Mas, também, por ter passado por muita coisa na rua, de cara com a violência, acho que daria um bom vilão, bandido, algo assim.

Você fala muito em Deus, tem família religiosa, mas suas letras de músicas são bastante sexuais. Recebe críticas por isso?

Sou sexual por natureza, é meu jeito de ser. Herdei a religiosidade dos meus pais (que são guardiões da Assembleia de Deus) e tenho amigos que são pastores. Fora a minha mãe, que pediu pra eu mudar um pouquinho alguns versos (ele troca “gozar” por “pirar” no hit “Exagerado” e “sexo” por “amor”, em “Amor de chocolate”, quando canta na TV), eles não me recriminam, não. Sabem que é o meu trabalho, que estou conseguindo o meu sustento com o suor do meu rosto. Isso é bíblico, isso é de Deus. Minha crença é o Evangelho. Pouca gente sabe, mas também componho músicas gospel...

Por que não grava essas canções de cunho religioso?

Penso nisso. É só falta de tempo mesmo... Compor dentro dessa temática me faz muito bem. Não puxo para o lado da religião, porque cada um tem a sua, mas é sempre bom valorizar a família. Música é algo mágico. Uma vez, estava conversando com o Herbert Vianna, dizendo que, sem querer, ele contou minha história com “Alagados”. Emocionante...

Tem muito cantor gospel que também é pastor. Já pensou nessa possibilidade?

Se amanhã eu não quiser mais cantar e for me dedicar à igreja, como meu pai, minha mãe, minha irmã e meu cunhado, pode ser que aconteça. Tenho muita vontade de ser pastor. O dom da palavra é um lance que necessita de estudo, mas acho bom falar de Deus através da música.




Fonte: Extra
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