quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Senador evangélico Magno Malta quer ser candidato à Presidência da República

Senador entregou oficialmente o pedido ao presidente do PR, senador Alfredo Nascimento

Um dos principais porta-vozes da bancada evangélica no Congresso, que usa com frequência a tribuna para fazer discursos inflamados contra a pedofilia, o senador Magno Malta (PR-ES) pediu hoje ao comando do seu partido para ser candidato à Presidência da República. O senador entregou uma carta ao presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), que preferiu não definir se irá apoiar o pleito do colega. Nascimento foi um dos primeiros ministros a cair no âmbito do que ficou conhecido como “faxina” da presidente Dilma Rousseff, no início do governo e manteve uma péssima relação com o Palácio do Planalto desde então.

— O partido é da base para dar sustentação e apoio aqui no Congresso, a discussão de apoio à presidência o partido vai fazer no momento certo — desconversou Nascimento.

Segundo Magno Malta, sua candidatura será uma forma de trazer a discussão de temas polêmicos, que seriam evitados pelo governo, como diminuição da maioridade penal e combate à pedofilia. O senador defende ainda os princípios “municipalistas e da descentralização administrativa” de acordo com a carta em que pede o registro de sua candidatura.

— Não é um projeto isolado, motivado pela vaidade (…) Presidente da República deve agir com coração de mãe, quando tem dois filhos e apenas um cobertor, com carinho, divide com os dois para que não sofram com o frio. Esta é a minha principal característica, governar com a bandeira republicana em defesa da vida e da dignidade humana — diz o senador.

Diante da falta de apoio imediato da cúpula do partido para entrar na disputa, pouco depois de divulgar seu pedido de candidatura, Magno Malta subiu à tribuna do Senado para defender sua iniciativa e a possibilidade de apresentar uma candidatura avulsa.

— Temos que fazer candidatura avulsa, porque infidelidade partidária é quando você não é fiel ao partido. Mas e quando o partido não é fiel a você? — questionou Malta, que recebeu mensagens de apoio de senadores no plenário e foi aplaudido por uma plateia evangélica que o senador levou para ouvir seu discurso.

Desde que foi derrubado do Ministério dos Transportes por denúncias de corrupção, o PR travou uma queda de braço com o Palácio do Planalto no Congresso, com ameaças de que iria deixar a base de apoio ao governo e partir para a oposição. O máximo a que o partido chegou, no entanto, foi a uma postura declarada de “independência” nas votações.

Somente em abril do ano passado, quando César Borges assumiu a pasta, que era ocupada interinamente por Paulo Sérgio Passos, o PR diminuiu o enfrentamento com o governo. O partido, no entanto, continua achando que seu espaço no governo é limitado e que deve ser ampliado.



Fonte: O Globo
------------